Ao falar sobre o generalista, uma crítica comum é a falta de foco de um profissional que navega de interesse em interesse, sem se aprofundar em nada. Sem praticar aquelas 10000 horas, da teoria de Malcom Gladwell no livro Fora de série — Outliers (uma curiosidade é que uma das histórias que ele usou para exemplificar foi a do Bill Gates!). Nesse ponto, cabe destacar que o generalista consegue sim realizar esse trânsito, mas ele nem por isso é superficial. Note que tanto o T como o I possuem o eixo vertical. Um generalista pode se aprofundar em diferentes áreas do conhecimento ao longo da sua carreira, somando as suas expertises para a ampliação da sua capacidade de identificação e resolução de problemas.
Um exemplo recente são pessoas profissionais de linguística que atuam na construção de interfaces conversacionais automatizadas com pessoas criadoras, uma vez que o seu conhecimento é essencial para melhorar a experiência do utilizador dessas interfaces. A tal humanização da tecnologia de que tanto se fala.
E como os especialistas podem se incluir nesse movimento de mercado para o <T>? Pode desenvolver mais a sua curiosidade. Adquirir conhecimento de outras áreas, o eixo horizontal, pensando no que elas têm a ver com a sua, ou não. Às vezes, até terá insights úteis no próprio aprofundamento pessoal, o eixo vertical. Em especial, as habilidades interpessoais (as tais soft skills) como comunicação, flexibilidade e abertura contribuem bastante como ferramentas e mindset para navegar em outros mares.
É quem controla a sua carreira. Mas aqui na Alura temos sim uma opinião bem definida e formatada: aprofunde-se sim na sua especialização, mas é essencial manter estudos e experiências em áreas diferentes. Acredite, isso abrirá o seu leque de ferramentas.
Sobretudo, bons profissionais devem compreender que o todo é maior do que a soma das partes. Colaborar vai além de estar junto. É cruzar. Implica em aprender e construir integradamente. E o saber multifacetado dos generalistas pode proporcionar mais insights, pode até mesmo agir como facilitador na comunicação entre especialistas. A vantagem de uma equipa assim é clara.
Unir curiosidade e persistência. Navegar e mergulhar. Explorar e aprofundar. É deste cruzamento que surge o embrião da inovação.
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